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Os Casamentos de Raul Seixas

Os Casamentos de Raul Seixas


Muitas mulheres tiveram importância na vida pessoal de Raul Seixas. Afinal, o baiano teve cinco companheiras e três filhas. Sua biografia, no entanto, é pouco precisa quanto as datas de início e término de cada um desses relacionamentos. 

E os próprios depoimentos das ex-esposas de Raul são, por vezes, conflitantes. Mas tudo começou na Bahia. Em 1966 uma paixão improvável aconteceu. O roqueiro Raulzito se apaixonou pela filha de um pastor protestante, Edith. 

Ela era norte-americana, assim como outro amor de Raul: o rock ‘n’ roll. O pai da garota, porém, era contra o namoro e mandou a filha estudar nos Estados Unidos durante um ano. “Mas a gente se correspondia todo dia. Tenho 365 cartas enormes guardadas”, contava Raul. 

Para convencer o sogro, Raulzito largou a carreira de roqueiro, passou no vestibular e, enfim, se casou com Edith Wisner em 1967. Pouco tempo depois retornaria com a banda Os Panteras e tentaria a vida no Rio de Janeiro. 

Edith esteve ao lado de Raul durante os altos e baixos, até o emprego como produtor musical na CBS. Viu o marido se lançar novamente como cantor e estourar no Brasil todo com Ouro de Tolo. Foi para o exílio nos Estados Unidos junto com o roqueiro, o parceiro musical Paulo Coelho e a esposa dele na época, Adalgisa Rios Magalhães. Da união, nasceu uma menina, de nome Simone.

Edith Wisner No retorno ao Brasil, Raul começou um relacionamento sem terminar o anterior. Conheceu outra norte-americana, Gloria Vaquer, irmã de seu guitarrista Jay Vaquer.

Com ela, passou uma temporada em Brasília. Magoada, Edith foi embora para os Estados Unidos levando a filha Simone, na época com cinco anos. 

Raul nunca mais as veria, a não ser nas gravações em Super-8 que assistia quando a saudade apertava. Com a nova esposa, Raul entrou na fase de maior envolvimento com as sociedades esotéricas, por influência de Paulo Coelho. 

O LP Novo Aeon, de 1975, já registra a primeira composição em parceria com a nova mulher: Sunseed, com quem divide também os vocais. Juntos, também compuseram e gravaram Love Is Magick.
Gloria Vaquer Com Gloria, Raul teve sua segunda filha, Scarlet. Após o fim da parceria com Paulo Coelho e o rompimento com a gravadora Philips, o baiano entrou numa fase turbulenta que inevitavelmente se refletiu em seu segundo casamento, que terminou em 1977 da mesma forma que o primeiro. 

Gloria e Scarlet foram embora para os Estados Unidos. Aí entra a figura de Tânia Menna Barreto, que afirma ter conhecido o roqueiro já em 1976. Com ela, Raul viajou para o interior da Bahia, onde ficou num tratamento em Dias d’Ávila, para amenizar os efeitos da pancreatite. 

Em São Paulo, o cantor passou por uma cirurgia na qual perdeu parte do pâncreas em razão do consumo excessivo de álcool. Com a nova companheira assina duas composições no disco Mata Virgem, de 1978, lançado pela WEA. Para ela, compôs Tânia, gravada posteriormente como Baby.
Tânia Menna Barreto Em 1979 Raul rompeu com a WEA, mas saiu de lá levando a secretária do departamento de imprensa da gravadora: Ângela Costa, a Kika Seixas.

Em meio a uma fase profissionalmente difícil do cantor, o casal decidiu se mudar para São Paulo, onde nasceu a filha do casal, Vivian, em 1981. Após o disco Abre-te Sésamo, de 1980, Raul passou por um hiato involuntário e foi rejeitado pela indústria fonográfica brasileira.

O socorro viria pelo Estúdio Eldorado, em 1983. Raul foi sucesso novamente graças à música Carimbador Maluco. O LP Raul Seixas registrou as composições em parceria com a companheira. No ano seguinte, veio Metrô Linha 743. Contudo, o alcoolismo de Raul se agravou junto com o consumo de cocaína estimulado pelo processo criativo. O vício era tanto que o baiano começou a cheirar éter. O relacionamento com Kika se deteriorou completamente.
Kika Seixas, com Vivian nos braços Com a nova turbulência na vida pessoal, Raul retornou para uma temporada em Dias d’Ávila, seu refúgio no interior baiano. 

Dessa vez, estava acompanhado de Lena Coutinho, que seria sua quinta companheira. Recuperado, na medida do possível, assinou com uma nova gravadora, a Copacabana. Com a ajuda de Lena, Raul compôs Quando Acabar o Maluco Sou Eu, Paranóia II, Loba, A Pedra do Gênesis, Fazendo o Que o Diabo Gosta, Não Quero Mais Andar na Contra-Mão e Senhora Dona Persona, canções lançadas nos LPs Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! e A Pedra do Gênesis, de 1987 e 1988.

Mas a relação com Lena também não foi das mais fáceis, com brigas e internações compulsórias do roqueiro. Tudo acabou ainda em 1988.
Lena Coutinho Depois de cinco companheiras, Raul Seixas acabou ficando só. Vivia solitário em um apartamento em São Paulo. No começo de 1989, tentou reatar seu relacionamento com Kika Seixas.

Entusiasmado com o disco que gravaria com o amigo Marcelo Nova e com as próteses dentárias (Raul passou por um procedimento no qual precisou arrancar todos os dentes para melhorar a mastigação), escrevia para a mãe de Vivian. “Confesso: chorei de saudades suas hoje, ao ouvir as fitas de Elvis que você me mandou. A minha solidão aqui ultimamente tem sido dolorosa, mas que jeito? Eu desejava estar com você e nossa filha”, dizia em um trecho da carta escrita em janeiro de 1989. “Nunca esqueci vocês, mesmo nos maus momentos, e hoje mais do que nunca lhe desejo”, admitia. 

O novo relacionamento com Kika não se tornou realidade e Raul Seixas morreu sozinho em 21 de agosto de 1989.

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