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Giannini, o italiano que marcou gerações de músicos brasileiros

 

Giannini, o italiano que marcou gerações de músicos brasileiros

Fábrica de instrumentos musicais com mais de 120 anos de história é fruto do trabalho de Tranquillo Giannini, nascido na Toscana

















O luthier italiano Tranquillo Giannini chegou ao Brasil em 1896 aos 20 anos e deixou sua marca em várias gerações de músicos.

Ele é responsável pela marca Giannini, que começou no ano de 1900 com a fabricação artesanal de violões em sua própria casa de 150 metros quadrados, localizada na Rua São João, região central de São Paulo.

Tranquillo Giannini nasceu na cidade de Lucca, em 8 de outubro de 1876. Hoje com 91 mil habitantes, a cidade fica na região da Toscana e na província de Lucca. É também terra natal do compositor de Óperas Giacomo Puccini.


No Brasil, Giannini começou consertando violões para amigos e viu que os modelos eram todos importados. Assim, encarou o desafio de fabricar o instrumento. Mais do que isso, assumiu a missão de divulgar o violão na sociedade paulistana, que identificava o instrumento com a vida boêmia dos marginalizados, principalmente do Rio de Janeiro.

A empresa de Tranquillo, batizada pomposamente de “Grande Fábrica de Instrumentos de Cordas de Tranquillo Giannini – Ao Violão Moderno”, produzia inicialmente 2.500 violões por ano.


Nem revoluções impediram o crescimento da marca


Devido à qualidade de seus instrumentos, o empresário italiano começou a expandir os negócios. Na década de 20, as escolas de violão e as audições em casas de família deram impulso aos negócios e a fábrica ganhou um novo prédio, na Rua dos Gusmões, região central da cidade.

Apesar da queda nas vendas em 1924, devido à escassez de matéria-prima provocada pela Revolução Paulista, a empresa perseverou. Nessa fase, Giannini concentrou esforços na abertura de mercados e passou a distribuir em cidades de Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e Recife.

Em 1930 a empresa mudou para uma instalação no bairro de Perdizes, na região oeste de São Paulo. Em meio a uma nova revolução, Giannini começou a aumentar a distribuição de violões pelo interior de São Paulo, em cidades como Jundiaí, Campinas, Ribeirão Preto, Santos e Sorocaba.

Com a experiência de duas revoluções em menos de 10 anos, Giannini estocou matéria-prima e, quando veio a Segunda Guerra Mundial, a empresa seguiu seu ritmo normal de crescimento.




Antes disso, em 1938, Tranquillo montou uma pequena metalúrgica, para depender menos de importações de encordoamentos e tarraxas. Os encordoamentos, que eram usados somente para consumo próprio, passaram a ser vendidos no mercado em 1940.

Giannini se manteve sempre na família

Após a morte de Tranquillo, em 1952, a empresa passou a ser comandada por Stella Coen Giannini, com quem o italiano se casou em 1928. Como o casal não teve filhos, o sobrinho Giorgio Coen Giannini passou a se envolver nos negócios e assumiu a função de diretor comercial em 1956.

Na década de 60, a empresa viveu grande momento com movimentos musicais como Bossa Nova e Jovem Guarda. Foi nessa época que a Tranquillo Giannini S.A. passou a fabricar violões elétricos e a exportar seus instrumentos.

Na mesma época, a falta de amplificadores profissionais no Brasil proporcionou novo salto à empresa, que passou a fabricar equipamentos equivalentes aos melhores importados. Uma equipe especializada em eletrônicos foi contratada e começaram a surgir também as guitarras Gemini, Supersonic e Apollo.




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